terça-feira, 14 de novembro de 2017

Sheetara, A Guardiã Dos Sonhos.

A quase três anos atrás adotei uma gata. Nunca fui fã de gatos, sempre tive uma afeição pelos cães, mas a ocasião me proporcionou esse desafio de ter um gato em casa. Nos primeiros anos, passaram em média uns vinte gatos pela minha casa. Tudo entre crias e filhotes que deixavam em meu portão. Mas os principais da casa sempre foram Sheetara e Lion.
Lion, era a personificação do 'ser vira-lata', ladrão de carne na mesa, invasor de propriedade alheia, sobrevivente das ruas, e consecutivamente um Piranhão. Desaparecia por dias, e voltava daquele jeito, sujo, magro, e as vezes ferido, mas com a cara lavada de quem voltou com a missão cumprida. Numa dessas investida voltou completamente arriado. Na verdade, desapareceu por duas vezes e o encontrei muito doente, prestes a morrer em um terreno baldio. Adquiriu a AIDS Felina e faleceu. Deixando pra trás sua irmã de criação, Sheetara. Uma gata arisca, medrosa, que detestava tumulto, cólo e morre de horrores quando ouve o barulho do Caminhão Do Lixo. Viveu durante seus primeiros anos num ambiente meio hostil. Dois adultos em pé de guerra, uma criança elétrica, e um entra e sai estridente de pessoas em casa. Sem contar a atmosfera negativa que a cercava.
A quase um ano atrás, tudo mudou. Mudamos de casa, eu, e Sheetara. Fomos morar juntos. Só nós dois! E daí então, tudo mudou. A Paz se estabeleceu, a castrei e ela passou a ser a minha fiel companheira no deitar e acordar. Passou a ser minha ouvinte predileta. Meu Divã. Conversamos por horas a fio. Sem pressa nenhuma e passamos a nos entender melhor. Ela passou a ser completamente dócil. Ama que eu a pegue no colo. E eu faço isso do meu jeito ogro de ser. Assim como todos os gatos que passaram por aqui, ela sempre larga o corpo e deixa eu fazer qualquer coisa. É sério! Eu a penduro pelas patas, pelo pescoço, pela nuca, pelo rabo. Jogo pra cima, ponho ela em cima da minha cabeça. É uma loucura de amor. O Lion chegava a deitar no chão pra que o puxasse por toda a casa pelas patas traseiras o arrastando como um pano de chão. E vou te contar. Ele sorria! É sério. Dava pra ver a alegria estampada na cara daquele sem vergonha.
Agora, Sheetara vem se revelando nos últimos meses. Nós temos alguns rituais a serem sempre feitos antes de sair, dormir e acordar. Vou resumir. Ao acordar pela manhã, rola um carinho meio louco. Ela se joga por cima das minhas mãos e pede uma massagem. E faço enquanto ela dá leve mordidinhas na minha mão. Antes de sair de casa, como ela fica a sós o dia inteiro, ela quer uma pouco mais de atenção. E solta uns miados estranhos. Parece até que vai falar! Inclusive eu já vi essa maluca pela manhã ficar olhando pra minha cara balbuciando baixinho alguma coisa que até hoje eu sou meio desconfiado. (Rs) Enfim. Quando chego a noite ela quer brincar de Pique Se Esconde antes de dormir. Gata maluca gente. Porém o que acho mais fantástico e preciso revelar pra vocês é, Sheetara tem alguma coisa sobrenatural que eu não consigo entender. Quando eu estou aflito, e converso comigo mesmo, chegando a um ponto que entro numa espécie de transe e discuto com meu próprio inconsciente, ou quando eu tenho uma DR com Deus,  ela começa a dar uns miados estranhos, muito altos, e a olhar pra mim de uma forma como se ela estivesse vendo com quem eu estou conversando. É assustador, e fascinante ao m amo tempo, dá pra perceber que ela entra num momento de tensão muito grande. Outra situação, e a mais intrigante pra mim. É que ela se tornou a Guardiã Dos Meus Sonhos. Sheetara dorme ao meu lado na cama. E por vezes, eu já acordei a noite com ela sentada de frente ao meu rosto me olhando, como se estivesse realmente de Sentinela.
Nas últimas noites, devido algumas mudanças em minha rotina de vida, tenho ficado um pouco apreensivo, e isso tem me levado a ter alguns pesadelos. E acreditem! É sempre Sheetara que me acorda nos momentos mais tensos do sonho. Ela começa a literalmente gritar pra que eu acorde. Um miado absurdamente estranho, como se gritasse o meu nome. É bizarro! Essa gata tem sido umas das melhores coisas que eu possuo hoje. É uma amiga, uma companheira, uma irmã. Uma filha. Quando meu despertador não toca pela manhã, é ela quem faz serviço. Chega até mim, senta em frente ao meu rosto e toca meu ombro com a pata até que eu acorde. Sim! Eu já fingi estar dormindo pra confirmar esse fato. São tantos mistérios que rondam nosso convívio, que eu poderia escrever um conto de fábula. Sei lá! Tipo algo como, Sheetara a Guardiã Dos Meus Sonhos.

domingo, 5 de novembro de 2017

A Cor Púrpura da Solidão

Eu havia deixado o rádio ligado quando sai; e quando cheguei, estava tocando Spanish Eyes, da Madona. Eram 04:30hs, eu já havia rodado por uns dois ou três points com amigos de carro. Tomamos algumas cervejas, jogamos sinuca, demos gargalhadas contando uns pros outros nossas aventuras e desatinos. Lembro que em determinado momento, na estrada, por volta da meia noite em um momento de silêncio raro no carro, soou o refrão na estação de rádio 'O Verme passeia na lua cheia!', Secos e Molhado era a trilha sonoro da estrada em meio aos nossos contos de bravura. Nos últimos meses tenho adotado a velha filosofia do Lobo Solitário. E feito alguns seguidores. Não sei exatamente o porque, nem como a vida me caminhou a isso. Mas, tem me feito bem. Os melhores momentos da minha vida em quatro décadas foram sempre acompanhados de uma boa bebida, uma trilha sonora, e um velho livro resgatado nos sebos da vida. Venho ultimamente mudando um pouco minha visão das coisas a minha volta, quanto a vida por exemplo, vejo-a como uma estrada velha entre montanhas, e prossigo perseguindo-a de pés descalços pra sentir o barro entre os dedos, vejo a noite como uma velha paixão de adolescência, e as pessoas que cruzam meu caminho, como casualidades que surgem em meio a selva. Isso me trás leveza. Apesar dos desafios. Mas me trás a possibilidade de descartar o peso imposto sobre nós por cobranças desnecessárias. Cobranças vindas até mesmo de nós mesmos. A Cor Púrpura da Solidão tem sido meu ápice. Estar bem comigo mesmo tem sido o meu Nirvana. Não me julgue! Não fui obrigado a isso. São as circunstâncias. Hoje vivo em comunhão com elas. Como disse um dia o filósofo, 'Eu sou eu, e minhas circunstâncias', então. Abracei a mim mesmo, alcancei o amor próprio e tenho um relacionamento conjugal forte com a auto estima.
Não posso descartar as possibilidades de comparar também a caminhada da vida como uma Roda Gigante Velha e enferrujada que vira e mexe da pane e tu nunca sabes onde sua cadeira vai parar, lá em cima, ou lá em baixo. Mas isso faz parte.
Bom. Agora, deitado, com um sorriso no rosto. Quero dormir e ter bons sonhos. Sonhos que repitam os contos de fábula dessa noite maravilhosa com os amigos. Porque amanhã é dia de labuta. E os dias ultimamente têm sido como terras áridas de um deserto distante. 

Perdemos o Feeling

Essa semana sai com três amigos pra um evento muito massa na capital. A noite era nossa! Saímos pra nos divertir. Três homens quarentões, lindos, e de bom papo. Todos apenas na vibe de curtir a noite. Mas sabe como é. Rio de Janeiro, Lapa, Mulheres interessantes, clima gostoso. Enfim, saímos pra nos divertir mesmo, como eu disse. Pra beber, papear e dançar.
O ambiente era bom, só gente top! A noite avançou e ainda ficou melhor. O show começou e entramos todos em êxtase. Conforme o clima foi mudando, senti algumas aproximações interessantes, então, minha visão de caça aguçada foi ativada. (Síndrome de Macho Alfa) Mas nada comprometedor. Apenas flertes. Curti, vi que meu instinto selvagem/primitivo ainda estava apurado. Percebi conforme as aproximações, o quanto há necessidade de olho no olho atualmente, as pessoas não estão acostumadas. Ainda há muita gente carente de atenção nesse mundo, gente carente de ser vista. Percebi a falta de sensibilidade que ainda há nos que estão em um evento e ainda sim andam com a cara enfiada em seus smartphones. Lamentável! Mas estávamos lá, observando e sendo muito observados. Adorei!
Mas uma coisa fundamental que percebi é o quanto perdemos o feeling quanto uma simples paquera, um flerte, uma troca de olhar, gestos, essas coisas de gerações passadas. Aquelas manjadas de quem está só, quem não está, quem está acompanhado e mesmo assim está só, enfim, fazer 'Cheking'. Perdemos a forma básica de vivermos off line. Não sabemos mais como 'chegar em alguém', e ou, sei lá, conhecer alguém como o básico. As relações pessoais no mundo off line estão escassas. E isso não é legal. Eu curto, eu tenho todo um esquema de aproximação pra conhecer novas pessoas. Pra sedução também, pra casualidades, pra negócios, essas coisas. Eu sou um cara relacional, comunicativo. Gestos, fala, linguagem corporal. Eu manjo dos 'paranauês'. (Rs) Uma amiga uma vez disse que tenho olhar de pedinte. Que eu falo muito com um olhar. Depois que ela falou isso, passei a ser mais abusado. (Rs)
Conforme a noite foi passando, o nível do joguinho da paquera passou a ser mais hardcore. E eu gosto de desafios. Fiz bons investimentos. Mas na sendo vulgar ao extremo, não peguei ninguém. (Rs)
Conclusão, cheguei em casa pela manhã satisfeito. Satisfeito pelo fato de Missão Cumprida. Sai, me divertir, paquerei, dancei muito; enfim. Noite perfeita!
Essas coisas de estar ou não com alguém, namorado no caso, agora passou a ser apenas, obra do acaso. Não me importo mais. Quando rola alguma coisa, é legal. Dá um Upp né? Tu se sente vivo! (Rs) Mas. Isso agora se tornou o de menos. Estou bem só!

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Lembranças da Gabi


   Não lembro que ano estávamos. Mas lembro exatamente do seu olhar quando chegou.
__ Que susto!
Gritei apavorado quando ela e sua prima abriram a cortina da porta onde eu e mais uma amiga dividiamos alguns pensamentos. Uma amiga também que a alguns dias havia acabado de conhecer e que pela segunda vez me levava a sua casa.
Tínhamos uma promessa comprometedora de ter uma amizade consolidada, mas não fluiu. Coisas do destino. Na verdade, o destino tinha outros planos com a gente.
A Gabi entrou. Seus olhos eram fascinantes, verdes, e eu não tinha mas outra coisa a me concentrar a não ser naqueles olhos. Não durou muito tempo pra a gente se entrosar naquela noite. As trocas de olhares entre as três meninas, mulheres, já deixava claro que a noite seria minha, e da Gabi.
Os drinks já vinham desde de cedo. Quando aquele anjo chegou, eu já estava nos céus. Era apenas, deitar, e sentir a leveza que ela trazia como presente. Mas num rodopio espetacular aquela beldade fez com que tudo virasse ao avesso. Afinal, a noite era exclusivamente dela, e a entreguei ao divã. Foram quase seis horas intermináveis de entrega, ela contava todos os seus traumas, decepções, mágoas, frustrações, e nós bebíamos taças e mais taças de puro ressentimento de nossas histórias de vida. Já estavamos a vontade, carícias, olhares. Eu a pedi um beijo por duas ou três vezes. Ela negou, com um sorriso lindo no rosto. Como quem dizia:
__ Calma menino. Vai rolar.
Mas negou o beijo. Pela manhã, quando as outras companheiras acordaram, nós ainda estávamos ali. Acesos! Elétricos. Em determinado momento sem que ninguém notasse. Ela segurou meu rosto e me deu um 'celinho'. Gostoso, molhadinho. Parece que foi uma forma de agradecer pela noite que tivemos.
Pegamos nosso destino. Iriam ser quase duas horas de viagem. De carro, e ali viajamos, um do lado do outro. Ao contrário de como foi a noite, não trocamos muitas palavras. Apenas um fone de ouvido e os olhares à paisagem. Todas as músicas que rolavam em sua playlist batiam meu gosto musical, e com o momento.
Pegamos uma lancha após o trajeto de carro, e pela segunda vez, estavamos ali, no paraíso. Eu, a Gabi, e os outros. Numa ilha distante do litoral. Aquele final de semana era nosso, mas acho que nem eu, nem ela estávamos preparados e atentos. Não sei. Perece que nossas cabeças ainda estavam em outro lugar.
Tivemos um lual, música, gente bonita, praia a noite. Era tudo nosso Gabi! Nós não percebemos...
Bom, por alguns momentos sim. Percebemos. Fomos caminhar na areia da praia e namorar no Pier. Foi lindo. O horizonte com a lua no fundo, algumas ilhas iluminadas por algum holofote perdido de navio cargueiro. Golfinhos a alguns metros. Nossa cara! Golfinhos. A noite era inegavelmente nossa. Nós namorávamos feito dois adolescentes. Nossos corpos se entrelassavam perfeitamente. Nossas bocas se tocavam infinitamente. Foi continuação de uma escapadela do final de tarde que tivemos pra suíte do hotel onde deixamos nossos corpos se tocarem até o êxtase.
A noite seguiu. Nada mais nos interessava ali. Nem mesmo o fato de estarmos numa ilha a kilometros do caos urbano que aguardava ansioso a nossa volta.
Fomos para o quarto com nossos desejos a flor da pele, a alma gemia, o corpo gritava, foi inevitável, foi, uma transcendência. Depois, pra minha surpresa, recebi de presente após o gozo, o silêncio. Um vácuo, o limbo. Nem uma palavra a mais. Aquela mulher falante de uma noite atrás foi devorada por um buraco negro. E eu, sucumbi. Uma inquietude bizarra tomou conta do meu interior, mas resisti em transparecer. Reinou o respeito. Ela estava sóbria, ciente. Mas não esboçou um suspiro.
Poucas horas depois, quando as trevas da ilha se aproximaram, veio o sono da noite que passamos em claro anteriormente. Deitamos em camas separadas, mas, num subido inesperado, ela deixou o seu leito e acomodou-se ao meu lado.
Estava ali dois corpos semi nus, respirando como um. Não houve palavra, não houve beijos como antes, não houve sexo. Houve carinho, proteção e cuidado. A abracei-a como a muito tempo não havia feito. Eu estava carente, vivendo um recente luto. Dormi com todos os meus desejos infames retraídos, minha preocupação era só o seu descanso. Não olhe tirar o sono. E o único movimento que eu conseguia fazer durante a noite era apenas o de tentar o máximo me encaixar em seu corpo. Ela me deu o que eu precisava naquela noite. O abraço, o amor sem palavras, sem gestos, sem nada. O aconchego. Talvez apenas, uma forma de dizer: __Obrigado. Por mim e por você.
Acordamos no outro dia. Sem muitas palavras. Sem muitos toques, apenas, acordamos.
A Gabi me deixou um mistério. Apesar de me entregar em uma só noite toda a sua vida de bandeja. Não me entregou o coração. Deixou eu olhar de relance a clareza da sua alma. E depois partiu! Me abraçou, me deu um beijo no rosto e disse:
__ Até mais.
Tiramos uma, ou duas fotos juntos.
Nos falamos por uma ou duas vezes no máximo depois de tudo isso. Mas aquelas conversas cheias de dedo, cheias de formalidades e tal. Mas ela me disse de forma bem clara nos seus últimos parágrafos, deixando sua marca em mim.
__ Fox! Você se preocupa muito com as coisas. Tente ter uma vida mais leve. Viva o momento. Não se cobre tanto.
Nunca mais consegui falar com a Gabi. Não sei por onde anda, nem o que faz atualmente. Mas aqueles dias com ela. Me fez ter um pouco mais de esperança em mim. Nos outros. Na vida.
Saudades da Gabi!
Espero encontrá-la novamente.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Rascunho

(...) Geralmente pegamos uma folha a vulsa para rabiscar quando estamos anotando um recado rápido, um telefone, uma pequena lista ou até mesmo, em época de escola, copiar o dever passado no quadro.
O que não notamos é que esse rascunho, muitas vezes são guardados sem ser passado a "limpo".
Fazemos isso com a nossa vida também, guardamos aqueles rascunhos de pensamentos que tivemos em meio a uma conversa, guardamos as coisas que deveríamos ter falado naquela DR desagradável e até mesmo guardamos os rascunhos mentais das respostas ríspidas que guardamos para não ofender o outro.

Esse bom senso de não passar a limpo, muitas vezes vem a calhar, outras constroem mais rascunhos....

Quisera eu, poder te rascunhar e te passar a limpo em uma caneta nanquim, não deixaria os borrados nem as falhas que a vida trouxe, te deixaria perfeitim.

__ Branca

terça-feira, 17 de outubro de 2017

*O manto negro da paixão

Numa loja Magazine...

Sabe aquele vestido lindo na vitrine? 
Eu o paquero desde o início do mês. 
É o desejo do meu coração ter aquele vestido! Ele é lindo! Perfeito! Me imagino com ele passeando por ai, deixando que o vento passe por minhas pernas e arrepie o meu corpo. Ele  tem esse poder. É lindo!  
Decido entrar na loja, olhar de perto, pegar, sentir sua textura, sentir seu cheiro de novo! 
-Nossa que macio! E essa cor? E esse cheiro? Nossa, estou completamente apaixonada, preciso dele. Preciso dele em mim! 
Dou dois passos para trás, olho mais uma vez, procurando um defeito, um fio solto, um desbotado, tudo em vão, ele é perfeito!. Eu o quero! Muito! 
Me dirijo até as arraras, olho os tamanhos disponíveis, P, M, G, GG! Sim, tem o meu tamanho, e cabe certinho, tenho certeza. 
Saio toda feliz e saltitante até o provador, mostro a colaboradora minha única peça, ela me entrega a plaquinha com o número 1, "perfeito!" penso, e com todo cuidado entro na cabine. 
Dispo-me da minha velha roupa, olho minhas curvas no espelho, meus seios fartos, sorrio e pisco para meu reflexo.. "é isso ai garota, vai vai ficar gostosa e isso é máximo"! penso mais uma vez afirmando aquilo que vejo.
Começo a me vestir com aquela peça magnífica, ele me abraça, tem o caimento perfeito nos seios, marca bem a minha cintura fina, valoriza as minhas pernas, coube como uma luva, perfeito! Me sinto mais gostosa que antes, ele tem esse poder sobre mim, ele me seduz, ele me faz bem. 
Volto a me olhar no espelho e custo a acreditar no resultado, tiro o vestido correndo, me visto com minhas velhas roupas e vou ao caixa. 
- Bom dia! Dia a atendente. 
- Bom dia! respondo com alegria 
- Somente esse Senhora? 
- Sim, somente esse! 
- São 249,99. 
Entrego meu cartão de crédito e entrego a atendente. 
-Parcela? 
- Não, direto por favor! 
- Senha! 
******
"Não Autorizado" - Aparece na tela da maquininha. 
- Não autorizou senhora, deseja que eu tente mais uma vez?
- Sim, por favor (sem saber onde enfiar a cara).
-Senha!
******
"Não Autorizado" - Aparece na tela da maquininha. 
Passa no débito! Eu digo quase dando uma ordem! Aquele vestido vai ser meu de qualquer maneira. 
Senha! 
**** 
"Pagamento Autorizado" 
A atendente pega o vestido e coloca na sacola. 
Saio da loja sorrindo de orelha a orelha, extasiada com minha nova aquisição. 
Chego em casa, tomo um banho, coloco o vestido, me arrumo toda, me perfumo, sou a melhor parte de mim, estou feliz, muito feliz. 
Vou até a sala, ligo a TV e me sento no sofá para assistir minha série favorita. 
Não posso usá-lo, mas posso tê-lo por perto, muito perto. Esse é o poder que ele tem sobre mim. Me dominou e eu, adoro isso! 

Obs: Esse vestido é você. Obrigado por existir em minha vida!

*Enviado por uma grande amiga.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

As Crônicas De Uma Velha Raposa - Permita-se

Praia de Icaraí, Niterói, RJ.

__ Oi!
__ NOSSA QUE SUSTO! (Risos)
__Desculpa. Desculpa! Calma. (Mais risos)
__ Você estava chorando? -  Perguntei.
__ Não, não. Só porque eu estava esfregando os olhos?
__ Sim! Achei que estava chorando.
__Não. Estava só contemplando a Lua.
__ Nossa! Esta linda mesmo.  - Repliquei -
__ Então ok. Está tudo bem mesmo? - Tornei a perguntar.
__ Sim. Esta! (Muitos risos, e dois rostos sem graça)
Bom. Foi assim. Eu estava caminhando após quatro voltas correndo na orla da praia. Até hoje não tenho ideia de quantos kilometros tem aquele lugar. O que sei, é que ali virou minha segunda casa. Meu santuário de adoração ao Criador de tudo que é visível, e invisível. A Praia de Icaraí últimamente tem sido o lugar que mais tem me proporcionado momentos encantadores. Além de ter se tornado meu Divã também!
Enfim. Iniciei essa conversa com uma mulher linda, debruçada a beira-mar, nas grades que separam o calçadão da Pedra do Índio. Realmente eu achei que ela estava chorando quando passei.
Mas. Como estava tudo bem. Segui meu caminho, até porque havia notado a estupidez que estava a Lua, e nós precisávamos de um tempo pra nós dois. Sim! Eu amo a Lua, e sim, eu também converso com ela.
Alguns quilômetros depois, sentei em um banco de madeira. Aquele banco tem sua história. Sempre sentei ali pra contemplar o pedacinho de horizonte que serve de saída da Baía de Guanabara. O banco fica exatamente em frente aquela "Porta Dos Sonhos".
Posso contar um segredo? Eu levei a minha primeira esposa à aquele lugar, pra sentar naquele banco! Nunca me esqueço disso. Eu tenho dessas coisas. Costumo levar pessoas importantes da minha vida a lugares que são importantes pra mim. Lugares peculiares que nunca fui com alguém. Mas isso é caso pra outra história.
__ Oi!
__ PUTA QUE PARIU! - Gritei - (Muitos risos, muitos, muitos, gargalhadas)
__ Tá vendo como é ruim chegar assim do nada?
Sim. Era ela. Ela me seguiu!
Perguntou se poderia sentar do meu lado. Eu disse que sim. Mas nós não parávamos de rir.
__ Tá fazendo o quê? - Me perguntou ainda engasgada com os risos.
__ Bom. Tô conversando com a Lua, e contemplando o horizonte.
__ Mas está escuro. Não tem como ver o horizonte! - Ela disse.
__ Mas ele está lá, nunca sairá de lá. - Disse eu com toda convicção das minhas quatro décadas.
__ Nossa! Quanta profundidade.
__ Minha? Ou do horizonte? - A Lua chegou ficar sem graça quando larguei essa.
__ Tá. Então vou deixar você aí a sós com a Lua e o horizonte. Só queria conversar mesmo. - Disse ela.
__ Não! Relaxa. Fica ai. Ela já estava de saída mesmo.
__ Quem?
__ A Lua.
Ela riu. E quando olhou pra cima, a haviam algumas nuvens passando em frente a mesma. Então, meio embasbacada. Ela olhou pra mim meio que sério e disse com tom preocupante:
__ Ah pára. O que é isso? Você é alguma espécie de sei lá... Mago, Bruxo, Vampiro? - (Eu ri bem Alto)
Então eu disse a aquela Sereia na minha frente que eu apenas era um bom observador. Ela acreditou!
Então, continuamos a conversar, sem nenhuma formalidade. Parecia que já nos conhecíamos faz tempo.
Depois de algumas horas. Ela perguntou o meu nome.
__ Posso te fazer uma exclamação antes de dizer quem eu sou? - (Vou ser sincero. Nesse momento deixei o espírito de Dom Juan falar mais alto)
__ Claro! - Ela disse. Se ajeitando no banco pra ficar de frente pra mim e olhando dentro dos meus olhos.
Rapaz! Me senti petrificado pela Medusa naquele momento. Mas, segui em frente. Afinal, a Velha Raposa aqui é Vietnamita!
Então, com dedo no gatilho, larguei o prego:
__ Porque faria diferença meu nome agora? Já estamos tão a vontade. Na verdade, já adentramos a atmosfera um do outro sem mesmo pedir licença ao horizonte. Já parou pra pensar quantas vezes como esta, tanto eu quanto você tivemos o horizonte a nossa frente e mesmo assim caímos na besteira de ignora-lo, e colocarmos os pés pelas mãos em várias outras circunstâncias? Deixa fluir! Sejamos agora apenas, Eu e Você. Você e Eu. Não importa o que daqui ainda há de existir.
Rapaz! Eu não sei de onde saiu isso que eu disse. E nem a proporção que o negócio chegou até o outro lado. Mas eu vi a íris da mulher mudar igual a da minha gata quanto está prestes a atacar. Bolei!
Mas. Segurei a onda. Estava ali de bem comigo mesmo. Sério! Só queria SER e ESTAR comigo mesmo. Então, rolou um silêncio insurdercedor.
__ Acho que agora seria a hora do beijo! - Ouvi uma voz sussurrar no meu ouvido. Mas como eu não sabia de onde estava vindo aquela voz tentadora. Continuei calado e imóvel.
__ Ouviu isso? - Ela disse dando que meio um pulinho no banco.
__ O QUÊ? O QUÊ? Disse eu todo serelepe achando que ela havia ouvido a mesma voz que eu.
__ A onda do mar cara! Eu amo o barulho da onda do mar.
E mais um silêncio reinou ali, de frente ao horizonte escuro.
Alguns minutos depois o telefone dela tocou. Quem era não sei. Mas ela acalmou a pessoa do outro lado deixando bem claro que ela estava bem. Muito bem por sinal!
Depois. Disse-me que iria pôr o telefone em modo avião porque não queria ser mais interrompida.
Após isso. Perguntei-a quanto tempo não conversava com alguém olhando olho no olho. Ela ficou sem graça, virou novamente de frente ao horizonte, e notei que ao mexer no cabelo, ela pôs algumas mechas de frente a um dos olhos, antes de voltar a estar de frente pra mim.
Pra quem sabe um pouco de linguagem de sinais, e psicologia sabe que esse gesto abriu um novo parenteses na nossa conversa.
E. Não havia mais horizonte a partir daí. Não havia Lua, Praia, Mar. Nada. Havia na minha frente um SER HUMANO.
Recebi com afeto todas as idiossincrasias de que aquela mulher pôde despejar naquele momento. Ela não estava contemplando a Lua, ela estava mesmo chorando naquele momento inicial. Confessou. E após confessar a mim seus dilemas. Perguntou-me:
__ E você? O que fazes aqui a sós? Não tem ninguém?
Respondi:
__ Olha. Se me perguntasse isso a alguns meses atrás. A resposta seria outra. Mas hoje não. Não estou só. Estou muito bem acompanhado. Estou com o melhor de mim. Com a melhor pessoa que eu pude estar nos últimos tempos. Eu mesmo! E isso é além de suficiente, é libertador.
__ Nossa. Você é estranho! - Disse ela.
__ Não. Eu sou normal. Estranho está as pessoas em achar que não au conhecendo nem mesmo elas mesmas são capazes de estar ou viver pra outras.
__ Tens razão. - Ela disse.
E foi assim que algumas horas depois terminamos rindo mais uma vez de como tudo começou e nos despedimos. E. Não me pergunte porquê, nem como consegui essa façanha. Não eu, nem ela nos preocupamos em pegar o telefone um do outro, nem de saber nossos respectivos nomes. Apenas deixamos aquela fantasia acontecer e saciar as nossas almas.
Foi bom.
Mas sabemos que esse encontro vai acontecer novamente. Aquela Praia é mágica. Ela nos mostrou isso.


terça-feira, 19 de setembro de 2017

Prysila. A Rainha Do Deserto

Solta, frígida. As vezes brilhante como uma estrela cadente, mas na maioria das vezes, insossa. Só, abandonada por si mesma. Me encontrava ali, eu, mulher, pequena, livre. Talvez pensando mais uma vez na tão sonhada existência do meu ser. Mas eu estava ali. Mulher, largada, abraçada pelo acaso, destino, uma escolha. Inconsciente,  mas uma escolha. Ele me apareceu como uma luz ao fim do túnel. Uma redenção, um salvador. Meu super herói da sessão da tarde. Acendia mais uma vez a chama do calabouço do meu ser. Suas palavras soavam como música clássica aos meus ouvidos.
__ Ok Honey!
Eu dizia, finalizando suas conclusões sobre mim. Sobre nós!
Toda vez que meu telefone tocava. Eu sentia dores de barriga. Já havia acontecido outras vezes. E aconteceria novamente. Multiplas vezes. Mas eu estava ali. Pronta. Apaixonada! Mais uma vez. Urg! :/
Tudo a minha volta eram ruínas. Ruínas do meu ser. Restos de trapo imundo que deixei escorrer pelas lentes da minha alma. Talvez essa seria a minha saga. Minha história. Uma mulher vazia. Louca! Perdida. Eu sinto a vida escorrer pelos meus dedos a cada paixão louca como esta. Sinto-me desgastada pelo tempo. Sou uma personagem de mim mesma. Um avatar! Cada dia que acordo, pago pelos meus pegados. Pelas minhas escolhas. Mas sinto-me alegre. 'Festejante'. Alegro-me pelo momento. Cada homem, cada ser, cada figura, cada espaço que me encontro e me acomodo. Sou artista de cinema, figurante na vida ingrata dos outros. Dos meus homens, dos meus amados, maridos; amantes. Uma lancha, um carro, uma motocicleta...
Um corpo físico que acomode meu pobre espírito!
Um copo de cerveja, uma amiga. Um maço de cigarro! Uma nova atmosfera.
Cada um tem seu lugar no meu vazio existencial. No buraco negro da minha galáxia.
Eu sou a rainha do meu deserto. Sucumbindo à vida!
Uma velha em corpo de jovem, largada ao léu. Domada por qualquer um. Por qualquer um que me dê acalento, um espaço, uma vida pra ser vivida.
Um amor pra dizer que é meu. Vagabundo, transviado. Eloquente. Em voga. Um gigante pra que eu me esconda em sua sombra. Um pai pra aquilo que chamo de filho. Minha esperança! Meu tudo, e meu nada. Nada tenho além dele. Sim! Ele. Fruto do acaso. Resto do descaso. Que o grande pai me perdoe. Mas se não fosse esse fiasco de esperança, que escorreu do meu ventre, nem viva eu estaria. Eu, pobre mulher!
Brindo a vida porque só tenho ela. Mas ninguém. Quando as cortinas se fecharem, estarei só. Como sempre fui. Persona fúnebre de uma peça de teatro mau acabada.
Mas prossigo enfim. A sombra de mais uma vida, que escapando de si mesma, me encontrou. Me salvou, me levou contigo. Nos salvamos mais uma vez. Mais uma vez. Um príncipe, um protagonista pra minha repetitiva história.
Se a vida é feita de ciclos, a minha é como um looping eterno. Girando sempre em volta do próprio eixo, mudando apenas os personagens, os lugares, as circunstâncias. Mas sempre repetindo os mesmos erros.
"Eu sou dona do meu reinado"
Eu sou livre dos outros, e escrava de mim mesma.
Eu sou Prysila, a Rainha Do Meu Próprio Deserto.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Penélope, e sua ingrata liberdade

Jovem. Antes dos quinze anos, ela já estava apaixonada. Amor platônico. Isso a gente nunca sabe quando acontece. Mas acontece. E ela deixou que isso acontecesse periodicamente. Durante a sua vida inteira. Era seu sustento.
O poder de ir e vir sem precisar dar explicações, e sem dar satisfação a ninguém, era fantástico, a dominava.
Ser e estar com quem for era maravilhoso. Isso não tem, e nunca teve importância pra ela. A síndrome de Ovelha Negra da família a perseguia. Porém, era o fardo de Maçã Podre na caixa que a atormentava. Sem saber.
'Pra quem não sabe pra onde vai, qualquer caminho serve'. Assim seguia, a pobre menina mulher.
Uma paixão; um mundo novo. E a absorção de tudo que lhe era apresentado. Assumia qualquer papel, qualquer personagem. Fácil.
O que era belo, suscetível, favorável, ela abraçava. Vivia o momento. E só.
Por não ter nada, ela sempre teve tudo. Entrava e saía de qualquer mundo como ninguém. Imperceptível! Invisível a si mesma. Pobre garota, mulher.
Como uma onda que quebra sempre no mesmo lugar, mas que nunca é a mesma, ela sabia exatamente até aonde pudia chegar. Ou não, as vezes. Já que limites, ela os mesmo traçava.
Penélope é uma mulher! E a liberdade sua paixão. Mas não sabe o que fazer da vida. Mas faz o que não sabe com perfeição.
Ela não sabe quem é. Louca, sã. Desvairada.
Ela não tem nada. Ela não é ninguém. É apenas a Penélope. E pronto, ou, ponto.
Penélope é livre. Livre pro mundo. Mas escrava de si mesma. De seus atos,de suas escolhas.
O vazio que lhe consome, preenche o mundo a sua volta. Ela é cega, surda e muda. Mas sabe pra onde vai, o que ouve, e o que fala. Por sustento. Pro sustento. Mas não assimila nada.
Apenas, caminha.
Pra nós. Um ensaio, um ensinamento. Uma novela, um personagem. Assistimos, e sabemos justamente o caminho que ela persegue. O mesmo, sempre. Repetindo, e repetindo.
Penélope, e sua ingrata liberdade.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

A visita dessa noite

Hoje pela segunda vez você disse que lhe visitei em sonhos. Sim! Em todos os momentos na verdade. Os sonhos, são apenas o seu subconsciente confirmando-lhe a veracidade de um dia inteiro que passo com você.
Sabe quando você já começa a enxergar as coisas junto com a pessoa? E ainda a 'esteriotipa' em outras? Quando a não tem por perto? Tipo: Você começa ver a pessoa em tudo e em todos.
Ando tendo interrupções noturnas. A mente desliga no meio da noite, não há sono, não há pensamento, não há nada além do teto preto.
Mas é justamente nesse momento que eu sei que já não estou mais ali, em minha cama, em meu quarto. Então. Eu fecho os olhos e te encontro. Fico quieto. A única coisa que quero é que sinta a minha presença. Mais nada. Nem uma palavra, nem um toque. Eu, apenas. Ali, do jeito que você gosta e anseia todas as noites. Sinto s u rosto leve. Você sabe que estou ali. Você sabe o que eu tenho que fazer. E me deixa fazer.
Não há uma palavra ainda concreta pra forma mais cruel e desumana que decidimos viver. Assim. Tão longe, e tão perto.
Você lembra quando começou?
Não faço questão de saber, eu só alimento, sem preocupação que acabe.

domingo, 27 de agosto de 2017

O fardo da noite

A noite é uma puta desvairada! Nojenta. Aquela mulher que você tem ódio de tanto que ama. A noite é uma adolescente carente, uma mulher inteligente, pra três dementes.
A noite que merece ser noite, começa pela manhã. Quando você já acorda pensando nela.  Com aquele tesão da manhã tá ligado? E tu já pensa...  Vou liberar tudo isso a noite!
Ah a noite!
O furor da manhã já passa. Então você chega a tarde, já pensando no tempo que vai levar pra chegar a noite. Olhar nos olhos dela, sentir seu cheiro, observar a sua boca.... Ver o quanto tem de pura; tem de devassa!
Ah a noite.
O problema da noite é que sempre seu final é imprevisto, imprevisível, e improvável. Impróprio pra menores! Então. Por experiência, preciso pensar sempre que a noite começa pela manhã, pelo simples fato de pensar qual foi o resultado da noite anterior pra que mais tarde, tudo não se repita.

O nó que não desata

Parece que é universal. As histórias de amor nunca são como nos foram apresentadas na juventude né? A gente se conhece, se olha, se toca, se apaixona, e faz juras de amor eterno. Depois, o eterno sucumbi na opressão do dia a dia, no cotidiano do 'Bom Dia' e 'Boa Noite'. O mais interessante é que tudo no início se encaixa, os intuitos, os instintos, a vida. Depois, nem a vida faz mais sentido. O sexo faz tremer todos os nervos do corpo. A alma entra em transcendência​! Ligações, mensagens, tudo é constante quando se começa. Nova vida, nova atmosfera, novos ares. Depois, o constante vira rotina. O semblante cai, a alma envelhece, o corpo padece.
Aquele anjo lindo, alvo como a neve, se transforma num demônio escarlate. As palavras são duras, as lamentações aumentam, murmúrios, e a auto estima desce de morro abaixo. Tu eras tão linda. Pelo menos aos meus olhos. Não se compra livro pela capa, nem perfume pelo frasco, já diz o ditado popular. Mas a gente se engana. O olhar, o desejo, a vontade. A redenção! É. A história é universal. É um ciclo da vida. São os tempos modernos. É a liquidez do sentimentos. Difícil é entender como você passa tanto tempo inventando mentiras pra você mesmo. Insistindo naquilo que você sabe desde o início que é furada. Mas mete a cara. Esperança deveria ser um sentimento extinto do planeta.Ter esperança é como depositar moedas num cofre sem fundo. É um urubu pintado de verde.
Mas enfim. No final da tudo certo, agente põe a máscara de volta e ensaia a cena, ensaia tudo em nossa mente. Pra que, automáticamente quando batermos de frente com situação, já é mecânico. Seu cérebro já assimilou resultado.

sábado, 26 de agosto de 2017

Amor, paixão e ódio

Definitivamente eu não sei o que é o amor. Não posso de forma nenhuma dizer com convicção que um dia eu amei alguém.
Sim, me dediquei. Esqueci de mim, me anulei, apaguei uma grande parte da minha vida em prol de alguém. Noites viradas, conversas, investimento, esperança. Mas foi tudo murro em ponta de faca! Definitivamente eu não sei o que é o amor. Ódio sim! Eu tive. Eu tenho, me faz andar de um lado pro outro, pensar exaustivamente na pessoa. Desejo de vê-la morta do que em minha frente. De socar-lhe tanto a cara até meu punhos sangrarem e sua cara ficar completamente desfigurada. Talvez por ter um dia amado a pessoa errada? Não sei. Acontece. Agora paixão? Meu Deus! Isso me consome. Meu coração acelera, dá um nó na garganta absurdo. Escrevo textos e mais textos, viajo por dimensões absurdamente incríveis ouvindo música. Dedico todas a ela! Meu corpo treme, sinto calafrios, ansiedade monstro. Crises e mais crises!
Mas dizem que todos esses sentimentos são tipo, dois lados da mesma moeda. Será? Prefiro acreditar nos biscoitinhos da sorte chinês. Eu nunca sei qual é o caminho certo que percorre uma relação desde seu início até o fim.
Você se apaixona, depois ama absurdamente, posteriormente odeia com todas as forças. Depois de um tempo. Você faz o caminho contrário. Deixa de odiar, sente saudade, lembra dos tempos de amor intenso, do sexo selvagem, e se apaixona denovo. Se não são lados da mesma moeda são no mínimo partes de um ciclo vicioso de um coração doente, bandido e marginal.
Mas sinceramente. Prefiro por mil vez a paixão, me dá vida! O amor dói demais. E o ódio me adoece.
Já me disseram que amor e ódio são inerentes. É aínda uma forma de manter o contato mesmo distante. Mas o que é a paixão? Que mesmo estando perto ou longe queima o peito, dilata as pupilas e te deixa completamente irracional e você gosta tanto que chega da ódio? (rs)
Tenho minhas dúvidas.
Bem. Mesmo sem definições exatas. É uma trindade interessante. Gosto da paixão como grande criadora, mãe de todas as mães. E do amor confuso que constrói o ódio. É, o ódio, aquele que faz você esquecer toda aquela paixão avassaladora que um dia te fez perder tempo amando alguém loucamente.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Perdi a esperança

Esses dias, logo pela manhã, escutei um barulho estranho na minha janela. Como uma pancada. Fraca, mas uma pancada considerável.
Sheetara, minha gata, que dorme sempre ao meu lado, logo se pôs atenta. Ela é uma caçadora nata. Eu nunca a deixei perder esse instinto. Éramos duas estátuas, imóveis, com os olhos exatamente na mesma direção. Senti que de alguma forma tanto ela, quanto eu, ao mesmo tempo que não perdíamos o foco, nos preocupavamos não só com que estava ali a se revelar, mas, qual seria a reação um do outro.
Vi mais alguma coisa se mexer. E antes mesmo da gata esticar o corpo pra um salto que com toda certeza do mundo seria fatal pra aquele ser nas sombras da janela, percebi ser um pássaro. Pequeno frágil! E, como um raio, conhecendo minha gata. Pus as mãos nos olhos dela e a virei de lado, como ela gosta que eu faça todas as manhãs. Mas ela, também conhecendo o fiel escudeiro que tem, percebeu que eu lhe tentava esconder alguma coisa. Estavamos ali, num jogo simples da vida, entre o real e o abstrato, pois nem mesmo eu havia tanta certeza do que tinha visto. Mas sabia que seria fatal pôr em dúvida aquele momento que dividia a caça e o caçador.
Enfim. Ludibriei-a!
Mas o pio desesperador daquele pequeno visitante da manhã, não o deixaria passar despercebido de forma nenhuma. Com muita cautela, na ponta dos pés, me aproximei da ave. Pra minha surpresa, da parte dela não houve alvoroço nenhum. Muito pelo contrário. Parecia que antes de qualquer coisa, já sabia que eu estava ali. Anseava por minha presença. Ela veio ao meu encontro. Senti. Estendi uma das mãos ainda com intuito de salva-la. Porém, ela, por ela mesma subiu pelos meus dedos e aconchegou-se na palma das minhas mãos. Meus olhos se encheram d'água. Me apaixonei.
Trouxe-a até o meu peito e a dei um nome. Esperança!
Foi a primeira coisa que me veio na cabeça.
Abri a casa, pus Sheetara pra fora, ainda receosa, olhando pra mim com aquela certeza que eu estava-lhe escondendo algo, e acomodei-a no quintal. Fechei a casa. Como a pequena Esperança havia deixado claro pra mim certa confiança, a pus sobre a mesa. Calma, caminhou de um lado pro outro parecendo buscar algo e arriscou uma espécie de piado, um canto, talvez. Como se quisesse me agradecer por estar ali. Não sei! Pedindo alimento quem sabe. Tentei dar-lhe alguma coisa, mas ela insistiu em apenas reconhecer o ambiente em que estava.
Sentei e passei a observa-la. Ela arriscou alguns voos. Mas era apenas o suficiente pra ir de um móvel da casa ao outro, e mesmo assim, visitou todos eles. Todos os cômodos da casa. 
Bem, resolvi dar liberdade a Esperança. Lhe estendi novamente as mãos e ela, como se já estivesse comigo a muito tempo, como se fosse minha, acomodou-se novamente as minhas mãos e ao meu peito.
Fui até o quintal. Fiz questão de fazer um cheking completo pra que nenhum outro predador estivesse por perto. Nem mesmo a minha doce Sheetara.
Abri as minhas mãos e deixei a Esperança voar. Bom. Pelo menos foi o que eu tentei. Ela dobrou a cabeça por umas duas vezes. Olhou tudo ao seu redor. O muro, as árvores, o céu. E não voou!
Arriscou um passeio pelos meus braços. Subiu até a minha cabeça. Voou até as minhas mãos novamente e ali ficou. Olhava pra mim como se não quisesse ir embora. Que havia ali, encontrado o seu lugar.
Por alguns minutos pensei. Será que ela foi criada desde seu nascer em cativeiro, e não sabe o que é liberdade. Seria justo eu ficar com ela e ainda sim mantê-la junto a mim, solta em casa, porém ainda cativa de si mesma. Sem mesmo saber o que a mata, a selva, os perigos da vida lhe proporcionariam? Caçar o seu próprio alimento, reconhecer um predador e fugir da dor quando necessário?  Enfim, conhecer realmente o medo que a impulsionará a vida.
Não. Não farei isso!
Subi em uma árvore bem alta, e fiquei lá em cima sentado. Esperando o vento. Quando ele veio. Impetuoso joguei minha Esperança pro alto. Nossa!
Eu nunca vi aquilo. Ela deu um vôo tão perfeito, tão lindo. Que me deu vontade de voar atrás dela.
Foi uma sensação incrível.
Mas fiquei pensando...
Será que um dia ela volta?
Tomara!

domingo, 20 de agosto de 2017

De Volta à Terra Dourada - O sonho da entrega


Nem percebi que estava aqui. Quando abri os olhos já estava deitado na areia. Você logo me veio a cabeça.
Fico pensando, como será viver desse forma, lá fora? Sem ao mesmo um dia entrar aqui, sentir essa presença constante da brisa leve da paixão que vem de dentro. Andar de um lado pro outro, procurando respostas, procurando um espelho, mesmo com medo de olhar dentro dele. Porque você não vem aqui? Eu não sei nem o que nos faríamos juntos aqui, nesse lugar. Onde nunca trouxe mais ninguém. Sabe? Esses dias você disse uma coisa que mexeu comigo. Disse que você poderia um dia ser esse lugar. E queria ser. Ninguém nunca havia dito isso pra mim. Na verdade nunca contei desse lugar pra ninguém. E se fosse você realmente esse lugar? E se eu entrasse e jogasse as chaves da porta fora? Sim! Existe uma porta, e eu sei exatamente; só eu sei, onde ela fica e como abri-la.
Será a que eu teria coragem mesmo de entregar tudo isso aqui em suas mãos?
Você foi a primeira pessoa que me fez pensar nisso. Em entregar tudo que tenho aqui dentro nas mãos de alguém. Acho que eu não iria suportar. Acho que você não iria suportar tudo que tem aqui dentro. Acho que não. Não mesmo!
Bom. Vou lá fora ver se consigo te encontrar pra conversarmos.

sábado, 19 de agosto de 2017

Voando com as gaivotas


Ontem a noite, antes de dormir, peguei pesado nos meus exercícios físicos, e logo depois, fui tomado por uma euforia exacerbada que me fez ler metade de um livro em frações de minutos. Coisa quase sobre natural pro meu ritmo de leitura.
Quando deitei e dormi. A minha noite pareceu durar apenas alguns minutos, mas tive um sonho estranho. Nele eu estava sentado na cama e conversando com alguém que, eu sabia estar ali me ouvindo, mas não dava um sinal de retorno, mas eu entendia quase que como simultaneamente, que a pessoa me respondia nitidamente de uma forma interna, como que conectada comigo mesmo. No final da conversa, olhei para trás, e dei de cara com o meu próprio corpo deitado atrás de mim. Com um semblante de estar muito calmo. Dormindo, porém, me ouvindo o tempo todo.
Tomei um susto!
Foi quando acordei pela manhã. E eu estava exatamente na mesma posição que o corpo que me ouvia, só que, quando abri os olhos, não consegui me mexer. Meu coração estava extremamente acelerado, minha voz sufocada, e meus olhos queimavam.
Em prantos, mas sem saber o que fazer por estar só, ouvi nitidamente uma voz me dizer por três vezes:

__Respire fundo. Respire fundo! Respire, fundo...

Foi o que fiz. E meu corpo foi relaxando. Mas ainda estava tomado pelo medo e havia um nó na garganta que me deixava um pouco assustado. Parecia uma crise de ansiedade. Não sei!
Quando sai do portão na rua, rumo ao trabalho. Ouvi novamente a mesma voz. Bem alta, e em bom som me dizer:

__ Hoje quero que você sinta a sua existência. Sinta você! Troque seus sentidos e olhe pra tudo a sua volta com os seus sentidos trocados. Ouça com os olhos, sinta com os ouvidos, cheire com as mãos. E veja toda a atmosfera a sua volta com o poder da sua alma e a senilidade do seu espírito.

Aceitei o desafio.
A primeira coisa que fiz foi não ouvir música no caminho até chegar no trabalho, guardei meu celular e evitei falar o dia inteiro, apenas o necessário. Não dormi na hora do almoço, não li nada nas horas vagas, e na hora da minha corrida de final de tarde na praia, fiz diferente. Fui descalço, sem camisa e ao invés de correr no calçadão, corri na areia, a beira mar. Detalhe; estava chovendo no momento, uma leve garoa.
Comecei a sentir que a areia, apesar de muito próximo ao mar, estava mais macia do que de costume. E o mar, com ondas quase que inexistentes. Procurei numa espécie de devaneio, tentar ouvir novamente aquela voz. E derrepente, do nada, ouvi um estrondo como de um trovão vindo do mar. Uma onda quebrou exatamente no nada, só percebi a espuma cobrir os meus pés. E não houve outra.
Como de súbito, olhei ao redor pra ver mesmo de onde havia vindo aquele barulho e notei que em toda a extensão da praia, só havia eu.
Eu, e eu!
Parei de correr e me veio uma vontade imensa de chorar e sorrir ao mesmo tempo. E olhei pra cima, pro céu. Não sei explicar. Mas havia um rio de gaivotas sobrevoando o litoral fazendo justamente o percurso que eu vinha fazendo. Algo surreal, parecia uma pintura, elas não batiam as asas. Apenas voavam! Todas. Como se estivessem conectadas, umas as outras. E eu, a elas. Foi quando abri os braços e deixei o vento que vinha do horizonte confirmar a sensação de que eu estava mesmo voando.

Olha! É sério. Estou longe de conseguir explicar em palavras o que senti naquele momento. E como foi o meu dia.
Fiz o caminho agora de volta pra casa, alimentando aquele sentimento que começou pela manhã. E acredite! Acabei de chegar em casa e encontrar a minha gata Sheetara, sentada sobre a mesa. Num silêncio insurdercedor (ela costuma me receber aos berros) e sem mesmo esboçar um só movimento, me olhar com uma íris negra, tomando todo os seus olhos, como se estivesse me perguntando:

__ E aí? Como foi? Me conta!

Ainda estou em êxtase.

De Volta à Terra Dourada - O Fantasma Da Ópera

Sábado.
Eram quase meia noite. Ou mais um pouco, não lembro.
Chovia lá fora. A janela do ônibus estava embassada e aquela sensação de frio interno me consumia. Doia até os ossos!
The Division Bell, Pink Floyd, era a trilha sonora no fone de ouvido preto que uso como um dos kits de invisibilidade que incluem, óculos escuros e boné de aba fechada, quase enterrado na cara. Ao meu lado, uma índia. Um jambo! Cabelos até a cintura. Preto. Sua formosura me impedia até mesmo de desfarsadamente dar aquela olhadela pro lado. Parecia estar hibernando como um urso a meses. Nem o chacoalhar brusco do coletivo era capaz de acorda-la. Vez por outra acalentava sua cabeça em meu ombro. Mas confesso. As páginas intensas de Canninos Brancos de Jack London era o que mais me impressionava naquele momento. Eu mantinha o foco. Estava completamente entrelaçado as densas neves do Canadá numa trama implacável entre homens e lobos gigantes e famintos. Mas, num momento de transe, levantei a cabeça pra respirar o ar seco a minha volta e notei algo estranho a me observar no reflexo do vidro da janela. Um espectro. De cor branca, olhos claros e grandes. Um piercing no lóbulo, e uma velha blusa xadrez flanelada que cobria sua blusa cinza estampada com aquelas frases em inglês tipo memes de internet. De auto ajuda.
A Índia levantou-se. Como num susto!
Acho que passou do ponto. Não deu tempo nem de agradecê-la por deixar seu perfume no meu braço.
Então. Aquele corpo gelado acomodou-se ao meu lado.

__ Com licença!

Ela disse.

Dei aquele sorrisinho de lado apenas. E voltei às neves do Canadá.
Os movimentos repetitivos de suas mãos e o apertar de corpo que aquele ser ao meu lado me demonstrava era fora do comum.
Fechei o livro. Quando estava prestes a guarda-lo, ela disse, quase num tom de sussurro:

__ Jack London?

__Sim! (Respondi).

__Me empresta?

Sem respirar, dei-lhe o pequeno livro de bolso em suas mãos. Ela folheou de trás pra frente, de frente pra trás. Parou quase ao meio e me disse:

__ Ouve isso aqui...

Leu alguns trechos que parafraseando, diziam mais ou menos assim "Não é o lobo mais forte que lidera a matilha. É o mais esperto, o diferente. Ele é o Alfa"
Respeitei.
Mas até aonde eu havia lido; aquilo não me fazia muito sentido.
Aquela brava alma fechou o livro repentinamente, e o entregou em minhas mãos e dizendo:

__ Você está no caminho certo. Apenas, siga!

E, como uma cachoeira de águas verdejantes começou a me contar toda a sua história de vida. Percebi ao longo da viagem, que aquele espectro não tinha rumo. Então, decidi apenas ouvir pra que em nenhum momento eu pudesse interferir em sua direção, mesmo que não a tivesse, pois eu nem sabia a real veracidade de suas palavras e colocações.
Então. Calou-se!
Afastou-se à minha frente, olhou profundamente dentro dos meus olhos e disse:

__ Você é assim mesmo? CALADO!?

Sorri.
Havia tirado o fone do ouvido pra ouvir o clamor do seu espírito. O peguei de volta, calmamente, enquanto ela me observava e perguntei:

__ Posso te mostrar uma coisa?

Gesticulou com a cabeça que sim. Num silêncio dessa vez insurdercedor!
Pus na minha playlist sem mudar o artista, a faixa Fearless, e compartilhei o fone.

__ Ouve comigo! (Eu disse).

Depois de uns momentos. Olhei pra fora, pra janela, e o sol já estava pra nascer.
Nós havíamos conversado, ou melhor, eu havia a ouvido, por quase cinco horas ineterrupitas praticamente; como se fossem cinco minutos. Um absurdo!
Pensei. Quando olhei pro lado, havia me enganado. Ela já havia partido. Quanto tempo, não sei. Na verdade, eu havia pego no sono e da mesma forma que não a vi chegar, não vi partir.
Lamentei não ter pego seu contato.
E passei o domingo ainda pensando naquela assombração. Naquele fantasma lindo de olhos verdes e voz rouca.
Agora. Segunda-feira. Na areia da praia, esperando o Nascer do Sol, acabei de receber uma mensagem de um número desconhecido dizendo:

__ Desculpe por entrar e sair na sua vida assim. Derrepente. Sem avisar.
Mas queria que soubesse...
Desci no meio do caminho e voltei pros braços dos meus pais.
Obrigado por tudo! Estou feliz.

Deitei na areia e esqueci até que o Sol já havia vindo...
Apenas, o senti chegar, e me tocar.
Sem mesmo saber como ela tinha pego meu número.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Às margens de mim

Hoje me veio a cabeça escrever um poema marginal.
Mas a margem de quê; se a margem que ando é a minha mesmo?
Hoje pensei em nadar contra a maré.
Mas como nadar contra a maré numa cachoeira de idéias absurdamente contrárias que fluem de dentro de mim.
Hoje pensei em ser eu mesmo.
Mas como ser eu mesmo se eu sou um marginal que nada contra a maré de uma cachoeira de idéias que desemboca no oceano do meu ser?
Hoje eu pensei, será que estou na corda bamba?
Mas como estar na corda bamba, se a corda bamba alinhada na marginal do rio que corre da minha alma?
Hoje eu queria não ter alma.
Mas como não ter alma, se a corda bamba, da marginal do rio que corre ao contrário, é justamente a linha tênue que sustenta o meu corpo?
Hoje eu não queria ter corpo.
Mas sem corpo, minha alma não teria uma corda bamba pra que eu pudesse me equilibrar na marginal do rio que corre pra dentro de mim.
Hoje eu só queria ser um marginal.
Mas como ser um marginal, sem margem?

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Felicidade ou Morte

Escancaradamente somos completos da falta.
Talvez como um dia de fúria eu possa estar escrevendo esse texto. Mas nada melhor do que esse dia pra dar real sentido ao nome desse blog. E por falar em blog, alguém ainda usa isso? Enfim.
A falta caracteriza nossa podre, medíocre e imbecil geração. Nossa exuberante necessidade de querer o tempo todo mostrarmos que estamos felizes, que é tudo lindo, que estamos vivendo o pleno; é a excencia de que realmente não temos nada. Estamos transformando a vida num verdadeiro fardo. É um narcisismo doente, é uma busca implacável pela sombria, fúnebre e inexistênte felicidade. Sim! A inexistênte felicidade. E, pra ficar pior como padrão, medimos nossa pretença felicidade pela infelicidade alheia. Ual!
Tudo bem. Você vai dizer que isso aqui é o desabafo de um homem cheio de ressentimentos não é? Vai até soltar aquela gargalhada do tipo: Caralho! O maluco tá doente. (rs)
Fique a vontade. É motivo pra rir mesmo. Porque chorar é vergonhoso pra nós os Heróis Da Resistência, né mesmo?
A propósito, vamos aproveitar o momento, e fazermos a nós mesmos uma belíssima pergunta.
De quê se alimenta toda essa nossa vontade de viver hoje? Toda essa atmosfera que criamos nos últimos tempos? Não seria a necessidade de erguer nosso doce e maravilhoso troféu de Honra Ao Mérito?
Seja sincero!
O que te move? Entusiasmo, fé, vontade de vencer na vida, de ser alguém? Auto Confiança? Afinal, qual é o seu propósito de vida?
Querido amigo, querida amiga... Desvende-se!
Tire dos seus olhos as castas que te impedem de ver a realidade. Vida e dor, são inerentes! Coragem e medo são dois lados da mesma moeda. O que alimenta a sua coragem é o medo. E o medo move montanhas. Tudo a sua volta, tudo que você reproduz e respira, é movido pelo medo. Todo marketing, toda propaganda que você consome foi e, é, construído pelas frustrações, e pelo desencanto alheio. Consecutivamente, pela dor da existência.
Estamos vivendo num esforço surreal pra sobreviver. Mentira? Tudo bem. Eu sei; a realidade é dura quando exposta dessa forma não é verdade? Mas compreenda. O que seria da luz, se você não reconhecesse que está em trevas? A luz não existiria. Correto? Então, você busca a luz por falta dela, e por ainda não a ter encontrado, você continua buscando. E quando acha que a encontrou, voa em sua direção rumo a morte como um inseto. Corremos atrás da felicidade como um cão raivoso e barulhento que corre atrás de uma motocicleta quando passa, se a pegar, não sabe o que fazer com ela.
Essa é a verdadeira saga, e excência, da vida.
E quer uma notícia boa? (Talvez)
Você vai morrer sem mesmo ter a encontrado. E verá a morte, como a sua fiel e necessária redenção. Não é atoa que muitos buscam ter suas vidas santas por aqui, pensando em no mínimo encontrar o que tanto buscam, ou buscaram, no pós morte.
Não meu querido. Não minha amada irmã! Não é um discurso pessimista. Nem mesmo secreção escorrendo de uma ferida aberta, e inflamada em meu coração. É um despertar! É a 'consciência de existência'. Fica bonito né dizendo assim, de forma apaixonante, bem elaborada. Mas não é apaixonante esse Maravilhoso Mundo de Bob em que todos nós estamos inseridos? Selfs, legendas, cheking's, idéias e ideais. Precisamos sempre, o tempo todo dar a nossa opinião sobre tudo, sobre nós, sobre os outros. Mostrar o quanto estamos felizes. Até mesmo o silêncio virou uma causa nobre dos sábios. A solidão virou o apogeu; o paraíso pros que buscam o autoconhecimento como o deus no novo milênio. Ter um propósito de vida virou um propósito de vida. Urg!
Estamos bem a quem da realidade, vivendo esse nosso mundinho de Alice no País das Maravilhas. Desgastando a nossa própria imagem, nosso próprio ser. Afinal, 'ser' também é um grande desafio pra quem nem mesmo conseguiu enxergar a própria nascença; então quiçá renascer. A Fênix, precisa reconhecer que é cinza, ainda que por muito tempo, possa continuar como cinza.
É meu amigo. Vamos fingir que tudo isso é mentira. Vamos deixar passar batido, como gárgulas, sentados em cima do muro cheios de esperança, vamos sentar na posição do pensador,  e ver a banda passar. E quem sabe descer e dançar um pouco conforme a música como anestésico. Vamos jogar confetes e serpentinas em nossas time lines do Facebook pra ficar tudo mais florido e apaixonante. Vamos subir o monte, e sentar lá no pico na Posição de Lotus e ficarmos pensando horas e horas no que fazer quando descer.
Sinceramente?
A única esperança que eu tenho, (um fiasco pelo menos) é que, quem sabe as próximas gerações possam olhar pra trás e tentar no mínimo chegar próximo a entender porque nos afundamos em tamanha futilidade em nosso modus opendi.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Chapeuzinho Vermelho, e a versão do Lobo Mau.

Tudo bem. Eu sei que você sempre ouviu os Contos de Fada pelo olhar vitimista de quem quer sempre lhe impor alguma certa subjetividade não é mesmo? Então. Que tal ouvir a história da Chapeuzinho Vermelho por um outro lado?
Na versão, óbvia, do Velho Lobo.
Ok. Vamos lá.
Pra começar bem. E pra sua surpresa. A vovozinha nunca existiu! Esta persona, na verdade, era a sombra de um grande e poderoso Dragão De Sete Cabeças chamado Avesso Da Chapeuzinho Vermelho. Todos os seus medos, angústias, frustrações e fantasmas reais estavam ali, na personificação da Vovozinha. Preste bem atenção!Prosseguindo; vamos tirar esse pseudônimo escroto, com carinha de adolescente saltitante que lhe deram a algova de Chapeuzinho Vermelho, e vamos chamá-la por seu próprio nome, pra tudo ficar mais apaixonante, e não soar 'melodramático'.
Sim! Penélope era o nome daquela mulher. Magra, pouco mais de um metrô e meio, ranzinsa, frágil emocionalmente, (sic) de alma velha e espírito de porco. Seu cabelo era crespo, já levado aos trancos e barrancos, pintados com papel crepom. Vermelho, claro! Bem intenso pra chamar a atenção.  Ela era uma daquelas mulheres que reclamava de tudo e de todos. Nunca deu bom dia a ninguém antes de uma lamuria. Nada nunca esteve bom pra aquela desgastada e pobre alma penada que percorria o caminho de si mesma como se caminhasse no Vale Dos Ossos Secos.
Acordava e dormia com as lamentações da vida. Bebia como uma Gambá! E fumava como se Fosse o Saci experimentando um novo fumo do Zâmbia. Adorava contar as histórias do seu tempo de Escrava Do Egito, assim ela menssurava seus tempos de imaginária opressão familiar sofrida pela persona 'Vovozinha'.

__ Que olhos grandes você tem!

__Que boca grande você tem...

Penélope, se dizia dona de si. Libertária! Intensa.Gritava isso aos quatro cantos. Ela era o lado B. Dizia. Escondendo dentro de si na verdade uma puta, uma puta crise existencial que a consumia. Vivia sempre às sombras dos Contos de Fadas. A Bela e A Fera, Branca de Neve e os Sete Anões, Cinderela. Malévola! Alice no País das Maravilhas. Era tudo muito bem parafraseado por ela. Lindo pra quem acreditava nas suas versões sempre recheadas de paixão, esperando o Príncipe encantado pra salva-la da Torre Infernal do seu próprio eu. E foi o que aconteceu. Quase que na mesma e entediada vida daquela velha senhora jovem de trinta e poucos anos, eis que surge o Lobo Mau. Quer dizer, João. O quase ninguém, lembra? Então. João, passeava como um zumbi em busca de cérebro pra matar sua fome. Sim! Ele também tinha fome de existência como Penélope, sua redentora insaciável. Sabe aqueles dias, que a noite é foda? Então. Esse era o estado de espírito do velho João.
Então você me pergunta:

__ Ué. Perai!? Tu tá me dizendo que Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau na verdade formavam um casal?

Sim. Claro e evidente!
Ela, aos olhos de todos, uma Laide. Ele, um homem viril! Único. Veemente! Quase um deus. Que homem!
Mas, dois fantasmas astrais. Um vivendo às sombras da inexistência do outro. Devorando assim a verdadeira, eterna e graciosa vida. Que morava quietinha no Bosque ao lado. Enfim. Vilã mesmo, era até então a terna Vovozinha que ela lhe impôs a algova de suas crises existenciais. Os dois, pra fugirem um do outro e de si mesmos.Transformavam sempre sua casa no Bosque num grande Baile de Máscaras, num Teatro dos Horrores, faziam Resenhas Intermináveis. Onde todos os Animais Da Grande Floresta se encontravam quase todos os finais de semanas para suas algazarras e chocalhices.
Chapeuzinho Vermelho, ou melhor, Penélope, nunca foi jovem. Ao contrário do seu filho, Peter Pan. Sim. Mais uma surpresa pra você! Penélope tinha um filho. Não com o Lobo Mau, ou melhor, João Ninguém. Mas com o outro João, o do Pé de Feijão. O Cara Dos Ovos de Ouro, que negava pensão todo mês! Peter Pan sim. Era cheio de vida. Saltitante, um Santo Anjo de dez aninhos de idade. Puro, nascido de uma mãe devassa, prostituta, drogada; Cristiane F.
Mas João, o ninguém, cuidava de Peter Pan como se fosse seu. Até o dia da Grande Desgraça. Fruto de uma caminhada de mau agoro, veio o fim. Penélope entregue ao alcolismo e ao tabaco, virava noites  após as Resenhas na Casa do Bosque, quebrando tudo, fazendo fogueira com as roupas do João, gritando como uma esquizofrênica fazendo eco entre as árvores a noite. Exacerbada de si. Louca! Enclausurada em sua própria alma. Transformando a vida do João num Pavoroso Inferno.
E então, veio a separação. Penélope, e seu alterego,  Chapeuzinho Vermelho, como um verme parasita, encontrou mais um refúgio pra sua dor. Uma redenção, um novo hóspede, um Cavalo De Tróia pra que ela pudesse descansar seu amor como um Elefante Branco.
E o Velho Lobo, de volta a Floresta. A caça! Ao perigo soturno da noite, suas armadilhas e Caçadores de Pele. Fugindo de si. E a espreita das Aves de Rapina, e das Corujas que piam sobre as Altas e Centenárias Árvores Densas da Selva de Pedra.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Mar calmo nunca fez bom marinheiro

Parece que anda tudo muito bem. Estamos todos felizes, não é verdade?
Acho engraçado que mesmo com a poeira nos olhos, com aquela visão meio turva do horizonte; a gente consegue sorrir.
A gente consegue tudo!
Sempre conseguimos um tempo pra sonhar, contar piada, cantar e até dançar conforme a música.
Ver a banda passar com seu corinho animado, e ainda lançarmos confetes de cor púrpura das nossas ilusões.
Gosto dessa leveza das paixões que meia dúzia de copos de um bom vinho seco trás após a meia noite antes do sexo.
É tudo tão lindo! A perfeição do imperfeito. A verdade fabulosa que esconde por trás das cortinas da mentira, o medo. E esse perfume agradável da fedentina humana que se esconde por trás das selfs e cheking's mórbidos de um ser sem alma?
Ou. Com alma até demais!
Mas. Sem Espírito.
Calma, calma!
Não estou generalizando.
Relaxa. Sou apenas um bêbado em meio a tanta gente Sã. Ou. A única pessoa sã entre tão grande multidão de gente bêbada.
Quem sabe?
A noite é traiçoeira irmão.
Mas os dias ensolarados também tem suas sombras intensas. Sombras de árvores secas.
Não é de verdade quem olha pra esse mundo de caos sempre pelos olhos das cores vermelhas e intensas das rosas. Mas sim, de quem não esquece dos espinhos! Dos espinhos que a vida nos faz ter mais cautela. Ser mais prudente. Olhar sempre pro outro, infelizmente, ou felizmente, com olhar de julgamento.
Com olhar de quê:

__ Aí tem coisa! (?)

A imbecilidade e a imbecil-idade, nos trás maturidade Brother! Consequências​ da vida.
E a vida as vezes é como uma adolescente inconsequente, e, usurpadora
.
__ Óh vida! Óh céus... Óh azar!

Ela sempre nos faz mais românticos, ou nos faz mais idiotas. Sempre.
Aí, fica por conta de cada um.
Entre o romantismo e a idiotice, apenas uma tênue linha é capaz de existir.
Vivemos um baile de máscaras irmão. Mas o grande lance é saber o seu lugar.
Ou você é o palhaço.
Ou você é o dono do circo! 

domingo, 2 de julho de 2017

As Crônicas De Uma Velha Raposa - Eu, Você e a Cultura Do Foda-se

Hoje eu fiz amor com minha gata

Estávamos em um pub, aos goles, aos risos, aos berros, às mulheres. Eu, e mais dois amigos. Copiosamente, lembrávamos "dos tempos sombrios e sorditos da escravidão do egito. Das chibatadas do faraó, das murmurações das plebeias, e dos guisados de frango mau temperados por elas." (rs)
A gente gosta de transformar tudo em paixão, em poesia, sempre depois de alguns goles de absinto. (Gargalhadas)
A quase onipresença que o aplicativo de táxi nos dá, nos deixa a vontade com o horário de voltar pra casa. Então, somos como os 'Selvagens da Noite'. Independentes como os gatos negros que caminham pelo telhado nas madrugadas da vida com seus olhos de neon.
Enfim. Eram mais ou menos umas duas e pouca da madrugada. Cedo. Eu já estava em casa, e preparava uma vitamina concentrada com meus suplementos pra repor e compor as energias gastas naquela 'mesa de bordel'.
Resolvi não ouvi música. Queria curtir o silêncio, sentir, toca-lo. Estava fora do normal naquele dia. A favela nunca esteve tão quieta. Me encostei na lateral da porta, concentrei-me na luz da lua que transpassava os barracos e as goiabeiras, e abracei a noite.
Como um dejavu. Ouvi alguns cães latirem bem longe, dava pra distinguir o tom de individualidade daqueles dois animais que como eu, curtiam o momento.
Lembrei de minha infância. Na roça, no meio do mato. Dia e Noite! Era tudo muito lindo. Mágico.
Naquele momento, em fração de segundo, me passou quase os quarenta anos pela cabeça. E foi nesse momento em que a vi, ou melhor, a senti; chegando, e me tocando por trás. Como quem suplica por atenção. Virei-me. A peguei no colo e disse:

__ O que quer meu amor!?

Silenciosa. Fugindo dos meus braços, correu pela casa. Revesava os quartos como uma louca. Miava feito gente sussurrando palavras de amor e tesão profundo.
Eu disse:

__ Eu sei bebê. Eu sei! Você fica a sós em casa né? O dia inteiro. Agora você me quer. Hein?!

Ela passava entre as minhas pernas como uma mulher em seu estado pleno de insanidade sexual. E olhava pra mim com suas retinas grandes. Sedutoras!
Sentei na cama e peguei meu celular pra dar uma olhada nas mensagens. Ela veio, e deitou do meu lado com cara de 'pedinte', 'pidona', sei lá. Ela me queria!
Foi quando me toquei da importância que havia naquele momento. Larguei o meu celular. Deitei e a abracei. Enquanto eu fazia carinho na minha pequena. Ouvi quase que uma voz que ao mesmo tempo parecia sussurrar no meu ouvido, era bem audível, quase palpável. E dizia:

__ Tá entendendo agora o que é amor? O que é se dar e receber? Troca. Dedicação, lealdade, fé...? Você precisa se libertar de si mesmo. Você não vê as coisas como eu vejo! Não está pronto ainda. Fecha a sua boca, e abra os seus ouvidos. Seu coração...

Desabei. Chorei litros, rios, oceanos!
Vi a minha gata levantar, ir pra cama e deitar exatamente onde ela deita todas as noites, e olhar pra mim com quem diz:

__Deita. Descansa. Amanhã é outro dia.

Deitei.
E senti que um OUTRO alguém deitou-se ali comigo, abraçou-me e disse:

__ FILHO. EU TÔ AQUI. A MINHA GRAÇA TE BASTA. A MINHA GRAÇA TE BASTA!

Então. Dormi...
Apaguei nos braços do Pai.
Nos braços confiantes do Pai. Criador, consolador. Rei de todo o universo. Pronto pra acordar pela manhã. Ciente que Ele estará ali, sempre ao meu lado. Usando quem, e o que Ele achar necessário pra me dizer que está ali.

Obrigado Pai.
Obrigado a minha companheira, Sheetara. Minha gata, garota!

sexta-feira, 16 de junho de 2017

SOMOS CONDENADOS AO SUCESSO


Liberte-se!

Quem definiu o sucesso, esqueceu-se de que toda
definição é equivocada porque coloca fim a uma coisa.
Vejamos no caso do "sucesso", qualificam uma pessoa de sucesso aquela que conquistou definitivamente algo, especificamente, dinheiro.
Odiosa injustiça! Ao classificar o sucesso dessa forma criamos as pessoas fracassadas. Então a pessoa é condenada ao sucesso e, se não conquista-lo, estará amaldiçoada pela sociedade que almeja semi-deuses, poder, dinheiro, fascínio.
Nao existe fracasso. Sucesso? Tampouco. Ao menos do ponto de vista da sociedade. Quem está de fora não tem competência para determinar o futuro de alguém desde antes o nascimento desta.
A análise do sucesso deve ser sempre subjetiva, isto é, a pessoa deve ser a analista de si mesma para conceituar o sucesso sob o seu ponto de vista. Nunca a vista de um ponto inserido pela sociedade.
A sociedade coloca parâmetros injustos para medir o sucesso das pessoas, mas se esquece de pensar que o parâmetro justo só pode vir da própria pessoa analisada.
Ao deixar o ventre materno, com vida, a pessoa já está inserida no sucesso. Ao conseguir sobreviver, até a adolescência, continua no sucesso, e, se conseguir chegar a fase adulta com retidão de caráter,  a pessoa estará no topo do sucesso.
O único sucesso que existe é, antes de mais nada, ter a vida física. Em especial num país violentíssimo como o Brasil. Manter-se vivo é ser campeão.
Cada pessoa sabe o que é bom pra si. Se estiver bom a ela, então, é pessoa de sucesso.
Toda profissão, regulamentada ou não, "dá dinheiro". O problema está no quanto se precisa ganhar para manter-se vivo e ter o essencial.
Impossível classificar uma pessoa de sucesso pelo dinheiro que ela ganha, mesmo que trabalhando honestamente, pois a sociedade é injusta e remunera bem umas coisas e outras não .
A pessoa pode ser uma excelente profissional, mas se estiver numa carreira injustiçada pela sociedade ela viverá com dificuldades financeiras, condenada, portanto, porque não será de "sucesso", ora pois.
Mas, mesmo assim, com parcos recursos financeiros, a pessoa é bem sucedida porque tem excelência no que faz e sobrevive honestamente.
O sucesso imposto é uma grave injustiça porque a vida física é efêmera. Não há prova de que na vida espiritual haja cobrança de sucesso.
Aqueles que criam requisitos e nos condenam, ao sucesso, são os verdadeiros fracassados.

* Autor: Fábio A. Fadel

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Minha Redenção.


O caos social, e a desordem frenética de nossas idiossincrasias em busca da felicidade; servindo como plateia nesse circo de horrores contemporâneo, está nos adoecendo. Estamos num vai e vem ininterrupto como gados ao abatedouro, frustrados. Uma multidão de gente solitária.
Algum tempo atrás tive a experiência de dar um renovo na minha vida. Uma repaginada na minha integridade como ser, nesse mundo cão, hostil, e perverso. Foi um start desses em meio a um buraco negro ao qual me encontrava, que a vida, e o divino, resolveram me proporcionar, me dar mais uma chance, um salto mais alto do que eu imaginava que poderia dar.
Quando encontrei-me diante do desafio, parei, respirei fundo e olhei pra trás vendo quanto tempo eu perdi pra mim mesmo e resolvi encarar. O desafio, era encontrar dentro de mim, o elo perdido entre eu, e eu mesmo. Saber quem eu realmente era, minha essência que havia sido apagada.
Então. O primeiro passo foi o reconhecimento, reconhecer que estava em meio as trevas. Afogado em meus medos, fugindo de mim mesmo, me anulando, me auto-sabotando o tempo inteiro.
Notei, que por muito tempo deixei de ser eu por causas alheias. Assombrado por fantasmas e fantoches do sub consciente de gente vazia. De gente que foge das suas próprias responsabilidades, que fogem delas mesmas o tempo todo. Assim, notei, que estava sendo sugado, mesmo estando vazio. Vivendo as sombras da inexistência alheia.
Foi então que busquei minha redenção. Passei a olhar por outra janela do meu ser. Sim! Eu estava direcionando meu coração, minha busca pro lado errado, pro lado de fora e não pra onde realmente eu encontraria de fato o caminho a buscar clareza pra um equilíbrio necessário.
Passei também a me livrar de coisas, idéias, pessoas, comportamentos. Tudo que de certa forma por um bom tempo me serviu apenas como subterfúgios. Lancei mesmo de mão. E me desapeguei de coisas visíveis e invisíveis. Tudo que não me agregava mais valor algum. Muletas, âncoras, anestésicos, paliativos, gente vazia, gente que vive como um parasita; sub existindo as sombras da sub ou não existência de outros. Idéias carregadas apenas como acessórios​ de van guarda. Nossa! De quanto lixo me livrei.
Não aguentava mais caminhar entre aquela manada de zumbis existenciais, sem propósito, e sem lugar.
Aquele espírito coletivo, fruto de um sistema macabro, auto destrutivo, e depreciativo ja não fazia mais parte do meu mundo, já havia tempo, muito tempo; e eu precisava fugir daquilo, mesmo estando ancorado; algemado a uma paixão negra, fúnebre. Uma espécie de câncer da alma! Uma imagem lúdica de um anjo lindo e perfeito que apenas escondia o um demônio rude e cruel, sem o menor escrúpulo.
Iniciar essa nova vida, não foi fácil. Fazer o caminho inverso ao qual todos sempre me proporam, foi nadar contra a maré. Negar a si mesmo. Ouvir de gente próxima a você, de familiares e de pessoas que você ama, que o errado na história toda é você, por não querer e não aceitar mais os valores medíocres e mesquinhas que sempre nos norteavam. Ser conivente com seu modo de vida irresponsável, sombrio e tenebroso, sempre maquiado com o glamour dos sorrisos falsos? Não. Não dava. Não deu!
Pulei fora. Passei a olhar pra dentro de mim, busquei o amor próprio, o respeito. Passei a trilhar outros caminhos, outros ares, outra atmosfera. Tentei levar alguns comigo, mas a missão era minha, só minha naquele momento.
Fui obrigado a desarquivar dejetos nos escombros do meu ser, tudo em prol de destruir personagens que criei pra meu auto sustento. Reconstruir meu caminho não mais como coadjuvante, mas como ator principal. Retomei as rédeas do meu ser. Descobri que a liberdade é uma faca de dois gumes e ter sabedoria é saber usar o lado certo, na hora certa. É ter o equilíbrio necessário pra se manter de pé na corda bamba da vida. Nos autos e baixos de nossas bruscas emoções.
Tenho menos tempo daqui pra frente do que já tive quando olho pra trás. Então, resolvi que a partir de agora preciso decolar com calma, fazendo todo o cheking antes de ligar o motor. Apreciar a pista de decolagem, ligar os motores, pôr os cintos de segurança e começar a subir. Até que estiver pronto e deixar tudo no piloto automático.
Hoje, encontrei uma luz escondida no fundo do meu peito, um diamante, a luz do desapego, a luz da criação, a luz que me leva a leveza da vida, que me leva a ter uma caminhada mais saudável. Uma vida de gratidão, até que tudo dê bom no meu interior se transborde.
Estou em busca da paz em meio ao meu próprio caos. Quero agora enxergar as cordas, as amarras e as algemas que impedem meu crescimento como homem, como ser humano. Quero enxergar as nuvens negras e densas que me cercam no dia a dia.
Quero expulsar os demônios fantasiados de anjos que sussurram nos pés dos meus ouvidos um amor ralo, vazio cercado de mentiras e supérfluo. Como foi no passado.
Agora meu foco é administrar essa nova etapa. Esse primeiro passo que é reconhecer que o horizonte é logo ali. Mudar, mudar e mudar sempre. Emanar de dentro pra fora todo esse Reino Celeste que foi apagado pelas circunstâncias da vida dentro de mim.
Finalizo esse prólogo, dizendo: Deus é bom em todo tempo. E em todo tempo Ele, em sua sabedoria eterna, nunca me deixou em falta. Porém, deixou-me caminhar com minhas próprias pernas por caminhos tortuosos. Deixou-me tomar as minhas próprias escolhas, e me perder em mim mesmo. Pra assim depois; surdo, cego, e mundo. Em meio ao deserto, libertar-me.
Sou grato pela vida.
Sou grato pelos os que estiveram e estam do meu lado.
Sou grato pelo confronto que me trouxe até aqui; pelas guerras internas travadas sozinho no escuro do meu quarto, entre o vão negro do travesseiro e o teto.
Estou de volta a vida, de volta a quem realmente eu sou.
Obrigado Deus por toda a sua criação, visível e não visível. Pela eternidade passada, pela presente. E principalmente pela eternidade futura!
Estou me reencontrando.
OBRIGADO.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Levante-se

Para ser livre do sofrimento, é necessário compreender, consciente e inconscientemente, todo o seu ‘processo’, e isso só é possível vivendo-se com o fato, olhando-o sem motivo. Você deve perceber as artimanhas de sua mente, suas fugas, as coisas aprazíveis a que está apegado e as coisas desagradáveis de que deseja se livrar com rapidez. Cumpre observar o vazio, o embotamento e a estupidez da mente que só trata de fugir. E pouca diferença faz, se se foge para Deus, para o sexo ou para a bebida, porque todas as fugas são essencialmente a mesma coisa.

A primeira coisa que se cumpre fazer é observar com atenção, todas as murmurações, todos os temores, ilusões e desesperos do seu próprio ser. E verá então, por você mesmo – e para isso não se necessita de provas, nem de gurus, nem de livros sagrados – se a Realidade existe. E encontrará, então, um extraordinário sentimento de libertação do sofrimento. Aí existe a claridade, a beleza e aquela coisa que está faltando hoje à mente humana: o amor, a afeição.

Temos de enfrentar-nos assim como somos e não como deveríamos ser, segundo um certo padrão ou ideal. Temos de ver realmente o que somos e, assim, iniciar a transformação radical.

A vida inteira, a partir do momento em que nascemos, é um processo de aprendizado. Aprender não é mero cultivo da memória ou acumulação de conhecimentos, porém, a capacidade de pensar claramente e sem ilusões, partindo de fatos e não de crenças e ideais.

[Jiddu Krishnamurti]
via: Despertar Coletivo
Texto publicado na página: Na Terra Dos Budas. (Facebook)

quarta-feira, 10 de maio de 2017

QUEM NÃO AMA A SOLIDÃO, NÃO AMA A LIBERDADE

“…quanto mais elevada for a posição de uma pessoa na escala hierárquica da natureza, tanto mais solitária será, essencial e inevitavelmente. Assim, é um benefício para ela se à solidão física corresponder a intelectual.” Arthur Schopenhauer

Nenhum caminho é mais errado para a felicidade do que a vida no grande mundo, às fartas e em festanças (high life), pois, quando tentamos transformar a nossa miserável existência numa sucessão de alegrias, gozos e prazeres, não conseguimos evitar a desilusão; muito menos o seu acompanhamento obrigatório, que são as mentiras recíprocas.

Assim como o nosso corpo está envolto em vestes, o nosso espírito está revestido de mentiras. Os nossos dizeres, as nossas ações, todo o nosso ser é mentiroso, e só por meio desse invólucro pode-se, por vezes, adivinhar a nossa verdadeira mentalidade, assim como pelas vestes se adivinha a figura do corpo.

Antes de mais nada, toda a sociedade exige necessariamente uma acomodação mútua e uma temperatura; por conseguinte, quanto mais numerosa, tanto mais enfadonha será. Cada um só pode ser ele mesmo, inteiramente, apenas pelo tempo em que estiver sozinho. Quem, portanto, não ama a solidão, também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre.

A coerção é a companheira inseparável de toda a sociedade, que ainda exige sacrifícios tão mais difíceis quanto mais significativa for a própria individualidade. Dessa forma, cada um fugirá, suportará ou amará a solidão na proporção exata do valor da sua personalidade. Pois, na solidão, o indivíduo mesquinho sente toda a sua mesquinhez, o grande espírito, toda a sua grandeza; numa palavra: cada um sente o que é.

Ademais, quanto mais elevada for a posição de uma pessoa na escala hierárquica da natureza, tanto mais solitária será, essencial e inevitavelmente. Assim, é um benefício para ela se à solidão física corresponder a intelectual. Caso contrário, a vizinhança frequente de seres heterogêneos causa um efeito incômodo e até mesmo adverso sobre ela, ao roubar-lhe seu «eu» sem nada lhe oferecer em troca. Além disso, enquanto a natureza estabeleceu entre os homens a mais ampla diversidade nos domínios moral e intelectual, a sociedade, não tomando conhecimento disso, iguala todos os seres ou, antes, coloca no lugar da diversidade as diferenças e degraus artificiais de classe e posição, com frequência diametralmente opostos à escala hierárquica da natureza.

Nesse arranjo, aqueles que a natureza situou em baixo encontram-se em ótima situação; os poucos, entretanto, que ela colocou em cima, saem em desvantagem. Como consequência, estes costumam esquivar-se da sociedade, na qual, ao tornar-se numerosa, a vulgaridade domina.

Arthur Schopenhauer, in ‘Aforismos para a Sabedoria de Vida’

Texto publicado no site:
Pensar Contemporâneo 

sábado, 6 de maio de 2017

*QUANDO ME AMEI DE VERDADE

Há textos com os quais nos identificamos tanto, que gostaríamos de
tê-los escrito, é o caso deste. Não sei quem escreveu mas... com toda
segurança assino embaixo:
"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância,
eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E então,
pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome... AUTO-ESTIMA".
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu
sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra
minhas verdades. Hoje sei que isso é...AUTENTICIDADE.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse
diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu
crescimento. Hoje chamo isso de... AMADURECIMENTO.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar
forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que
desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está
preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é...
RESPEITO.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse
saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse
para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje
sei que se chama... AMOR PRÓPRIO.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti
de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio
ritmo. Hoje sei que isso é... SIMPLICIDADE.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com
isso, errei muitas menos vezes. Hoje descobri a... HUMILDADE.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de
preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a
vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... PLENITUDE.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar
e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se
torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é... SABER VIVER!!!
Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO, mesmo eu sabendo que
as rosas não falam.
Que eu não perca o OTIMISMO, mesmo sabendo que o futuro que nos espera
não é assim tão alegre.
Que eu não perca a vontade de VIVER, mesmo sabendo que a vida é, em
muitos momentos, dolorosa...
Que eu não perca a vontade de ter grandes AMIGOS, mesmo sabendo que,
com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...
Que eu não perca a vontade de AJUDAR as pessoas, mesmo sabendo que
muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda.
Que eu não perca o EQUILÍBRIO, mesmo sabendo que inúmeras forças
querem que eu caia.
Que eu não perca a VONTADE de amar, mesmo sabendo que a pessoa que eu
mais amo, pode não sentir o mesmo sentimento por mim...
Que eu não perca a LUZ e o BRILHO no olhar, mesmo sabendo que muitas
coisas que verei no mundo, escurecerão meus olhos...
Que eu não perca a GARRA, mesmo sabendo que a derrota e a perda são
dois adversários extremamente perigosos.
Que eu não perca a RAZÃO, mesmo sabendo que as tentações da vida são
inúmeras e deliciosas.
Que eu não perca o sentimento de JUSTIÇA, mesmo sabendo que o
prejudicado possa ser eu.
Que eu não perca o meu forte ABRAÇO, mesmo sabendo que um dia meus
braços estarão fracos...
Que eu não perca a BELEZA e a ALEGRIA de ver, mesmo sabendo que muitas
lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma...
Que eu não perca o AMOR por minha família, mesmo sabendo que ela
muitas vezes me exigiria esforços incríveis para manter a sua
harmonia.
Que eu não perca a vontade de doar este enorme AMOR que existe em meu
coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até
rejeitado.
Que eu não perca a vontade de ser GRANDE, mesmo sabendo que o mundo é
pequeno... E acima de tudo...
Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente, que um pequeno
grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e
transformar qualquer coisa, pois.... a vida é construída nos sonhos e
concretizada no amor!"
Amor próprio, esse é o segredo. Que Deus nos abençoe com este amor. Paz.


*Texto de Pr Neil Barreto

domingo, 23 de abril de 2017

COMO PARAR DE ABSORVER A ENERGIA NEGATIVA DE OUTRAS PESSOAS

A empatia é a capacidade de reconhecer e sentir as emoções de outras pessoas. Simpatia sentir compaixão por outras pessoas. Muitas vezes para ser um “empata” significa que você estará absorvendo grande parte da dor e sofrimento em seu ambiente, o que pode sacrificar sua capacidade de se expandir a um nível mais elevado.

Se você convive frequentemente com uma pessoa negativa, você sabe o quão tóxica a sua energia pode ser. Aprender a não absorver as energias de outras pessoas é uma grande habilidade espiritual a se desenvolver. Aqui estão cinco maneiras de parar de absorver a energia negativa de outras pessoas.

1) Lembre-se, você não pode agradar a todos


Se alguém lhe assediar moralmente, reclamando sobre você, ou desrespeitar você, não faça de sua missão tentar convencer essa pessoa a gostar de você. Isso só vai sugar você ainda mais o seu campo de energia e vai fazer de você energeticamente dependente da opinião deles.

Nem todo mundo vai gostar de você. Todos estamos, aqui na terra, vivendo com um propósito diferente. Ao amar a si mesmo em primeiro lugar, você irá criar um campo de força em torno de outras pessoas que irá protegê-lo de ser tão esgotado por suas opiniões.

Também lembre-se: você não pode mudar ninguém. Não faça de sua missão tentar corrigi-los nesse momento também. Às vezes, a melhor coisa que você pode fazer é não tentar mudá-los, pois, agindo assim, você não vai alimentar a energia que eles estão projetando em você.

2) Tenha cuidado com quem você convida para a sua vida

Seu corpo, sua mente e o seu ambiente são o seu templo. Quem você está convidando para eles? É um convite aberto? Será que as pessoas ainda limpam os pés antes de caminhar ao redor deles, ou arrastam-lhe a lama de sua alma?

No Brasil existe uma gíria chamada folgado. O significado direto é “solto” ou “preguiçoso”, mas que realmente significa “freeloader”. Não é exato no Inglês equivalente pois é mais uma mentalidade do que um estilo de vida.

Se você dá a uma pessoa um pedaço de pão, um dia, eles vão pedir pão todos os dias. Se você deixar alguém ficar em sua casa para um fim de semana, então eles vão tentar ficar a semana toda (ou duas!).

Uma vez eu pensei que minha esposa estava ficando fria e com um espírito mesquinho para com alguns dos nossos vizinhos. Depois que eu percebi que ela estava apenas respeitando a si mesma e a sua casa! Eu valorizava sua postura e adotei o estilo como meu, a partir daí.

É ótimo ser generoso, mas há uma linha tênue a trabalhar para que você você não seja pisoteado, assim, optando por ajudar aqueles que realmente precisam. Aprenda a dizer “não” é estar bem com isso.

3) Parar de prestar atenção

Um parasita precisa de um hospedeiro para sobreviver. Quando você presta atenção em alguém, você está dando-lhe energia. Ou seja, se você se concentrar em vampiros de energia, eles vão entrar em sua mente e vão roubar seus pensamentos, diminuindo drasticamente seus níveis de energia.

Algumas pessoas vão despejar sua energia em você e então dirigir para o próximo “pit stop“. Um ouvido amigo pode ser uma coisa maravilhosa, mas é, necessariamente, uma linha que precisa ser cuidado se se quiser manter a saúde de sua energia.

Talvez você encontrou-se como uma fonte de uma pessoa para retransmitir as suas frustrações no trabalho, um relacionamento ou mesmo realizações bem-sucedidas. Todas estas emoções podem drenar você de várias maneiras e fazer com que você comece a limitar a sua própria vida de maneiras não produtivas.

Ame-se o suficiente para ajustá-los, dizer-lhes para parar, ou dizer-lhes que você não pode lidar com isso agora. Não economize em rejeitar sua energia tóxica.

4) Inspire natureza


Vá para a natureza meditar, relaxar e respirar. Purifique a água dentro de você, exercite e flutue fácil. Esteja como uma borboleta, flutue suavemente, mas mova-se rapidamente. A respiração aumenta a circulação do fluxo sanguíneo ao redor do corpo e ajudará a evitar que você absorva a energia daqueles que o rodeiam. Caminhe com confiança, mantenha a cabeça erguida e não permita que ninguém faça você se sentir inferior. A lagarta come tudo em torno dela e se torna gorda, imóvel.

Deve-se primeiro tornar-se luz, a fim de voar.

5) Tome 100% de responsabilidade por seus pensamentos e emoções


Como você se sente é 100% sua própria responsabilidade.

O universo está enviando pessoas para a nossa vida para nos testar. A percepção que temos de nós mesmos é maior do que a percepção que os outros têm de nós. Você não é uma vítima, ninguém tem poder sobre você. Considere como seus pensamentos ou expectativas podem ter manifestado a situação que está incomodando você. E se a resposta estiver dentro de seu nível de paciência, irritabilidade ou compaixão? A menos que tomemos um tempo para nos observar, nós inconscientemente afirmamos nossa própria vitimização para o mundo que nos rodeia.

Uma vez que você se torna responsável pela maneira que você escolhe responder a algo, você se conecta com você mesmo a um nível mais profundo. Quando você está conectado a si mesmo a um nível mais profundo, você começa a não ser abatido nem projetado para fora de seu centro tão facilmente.

Coloque-se em situações que aumentam as suas próprias energias. Esta pessoa faz com que você se senta bem? Você faz essa pessoa se sentir bem? Você é merecedor de uma experiência brilhante e é hora de perceber isso!

Aprenda a proteger-se contra as energias de outras pessoas e comece com o amor-próprio. Lembre-se de que é importante para você estar feliz e em paz. Esteja pronto para dizer não.

Você é o autor de seu próprio estado energético.

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Fonte: www.osegredo.com.br