terça-feira, 16 de maio de 2017

Levante-se

Para ser livre do sofrimento, é necessário compreender, consciente e inconscientemente, todo o seu ‘processo’, e isso só é possível vivendo-se com o fato, olhando-o sem motivo. Você deve perceber as artimanhas de sua mente, suas fugas, as coisas aprazíveis a que está apegado e as coisas desagradáveis de que deseja se livrar com rapidez. Cumpre observar o vazio, o embotamento e a estupidez da mente que só trata de fugir. E pouca diferença faz, se se foge para Deus, para o sexo ou para a bebida, porque todas as fugas são essencialmente a mesma coisa.

A primeira coisa que se cumpre fazer é observar com atenção, todas as murmurações, todos os temores, ilusões e desesperos do seu próprio ser. E verá então, por você mesmo – e para isso não se necessita de provas, nem de gurus, nem de livros sagrados – se a Realidade existe. E encontrará, então, um extraordinário sentimento de libertação do sofrimento. Aí existe a claridade, a beleza e aquela coisa que está faltando hoje à mente humana: o amor, a afeição.

Temos de enfrentar-nos assim como somos e não como deveríamos ser, segundo um certo padrão ou ideal. Temos de ver realmente o que somos e, assim, iniciar a transformação radical.

A vida inteira, a partir do momento em que nascemos, é um processo de aprendizado. Aprender não é mero cultivo da memória ou acumulação de conhecimentos, porém, a capacidade de pensar claramente e sem ilusões, partindo de fatos e não de crenças e ideais.

[Jiddu Krishnamurti]
via: Despertar Coletivo
Texto publicado na página: Na Terra Dos Budas. (Facebook)

quarta-feira, 10 de maio de 2017

QUEM NÃO AMA A SOLIDÃO, NÃO AMA A LIBERDADE

“…quanto mais elevada for a posição de uma pessoa na escala hierárquica da natureza, tanto mais solitária será, essencial e inevitavelmente. Assim, é um benefício para ela se à solidão física corresponder a intelectual.” Arthur Schopenhauer

Nenhum caminho é mais errado para a felicidade do que a vida no grande mundo, às fartas e em festanças (high life), pois, quando tentamos transformar a nossa miserável existência numa sucessão de alegrias, gozos e prazeres, não conseguimos evitar a desilusão; muito menos o seu acompanhamento obrigatório, que são as mentiras recíprocas.

Assim como o nosso corpo está envolto em vestes, o nosso espírito está revestido de mentiras. Os nossos dizeres, as nossas ações, todo o nosso ser é mentiroso, e só por meio desse invólucro pode-se, por vezes, adivinhar a nossa verdadeira mentalidade, assim como pelas vestes se adivinha a figura do corpo.

Antes de mais nada, toda a sociedade exige necessariamente uma acomodação mútua e uma temperatura; por conseguinte, quanto mais numerosa, tanto mais enfadonha será. Cada um só pode ser ele mesmo, inteiramente, apenas pelo tempo em que estiver sozinho. Quem, portanto, não ama a solidão, também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre.

A coerção é a companheira inseparável de toda a sociedade, que ainda exige sacrifícios tão mais difíceis quanto mais significativa for a própria individualidade. Dessa forma, cada um fugirá, suportará ou amará a solidão na proporção exata do valor da sua personalidade. Pois, na solidão, o indivíduo mesquinho sente toda a sua mesquinhez, o grande espírito, toda a sua grandeza; numa palavra: cada um sente o que é.

Ademais, quanto mais elevada for a posição de uma pessoa na escala hierárquica da natureza, tanto mais solitária será, essencial e inevitavelmente. Assim, é um benefício para ela se à solidão física corresponder a intelectual. Caso contrário, a vizinhança frequente de seres heterogêneos causa um efeito incômodo e até mesmo adverso sobre ela, ao roubar-lhe seu «eu» sem nada lhe oferecer em troca. Além disso, enquanto a natureza estabeleceu entre os homens a mais ampla diversidade nos domínios moral e intelectual, a sociedade, não tomando conhecimento disso, iguala todos os seres ou, antes, coloca no lugar da diversidade as diferenças e degraus artificiais de classe e posição, com frequência diametralmente opostos à escala hierárquica da natureza.

Nesse arranjo, aqueles que a natureza situou em baixo encontram-se em ótima situação; os poucos, entretanto, que ela colocou em cima, saem em desvantagem. Como consequência, estes costumam esquivar-se da sociedade, na qual, ao tornar-se numerosa, a vulgaridade domina.

Arthur Schopenhauer, in ‘Aforismos para a Sabedoria de Vida’

Texto publicado no site:
Pensar Contemporâneo 

sábado, 6 de maio de 2017

*QUANDO ME AMEI DE VERDADE

Há textos com os quais nos identificamos tanto, que gostaríamos de
tê-los escrito, é o caso deste. Não sei quem escreveu mas... com toda
segurança assino embaixo:
"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância,
eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E então,
pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome... AUTO-ESTIMA".
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu
sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra
minhas verdades. Hoje sei que isso é...AUTENTICIDADE.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse
diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu
crescimento. Hoje chamo isso de... AMADURECIMENTO.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar
forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que
desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está
preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é...
RESPEITO.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse
saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse
para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje
sei que se chama... AMOR PRÓPRIO.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti
de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio
ritmo. Hoje sei que isso é... SIMPLICIDADE.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com
isso, errei muitas menos vezes. Hoje descobri a... HUMILDADE.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de
preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a
vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... PLENITUDE.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar
e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se
torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é... SABER VIVER!!!
Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO, mesmo eu sabendo que
as rosas não falam.
Que eu não perca o OTIMISMO, mesmo sabendo que o futuro que nos espera
não é assim tão alegre.
Que eu não perca a vontade de VIVER, mesmo sabendo que a vida é, em
muitos momentos, dolorosa...
Que eu não perca a vontade de ter grandes AMIGOS, mesmo sabendo que,
com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...
Que eu não perca a vontade de AJUDAR as pessoas, mesmo sabendo que
muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda.
Que eu não perca o EQUILÍBRIO, mesmo sabendo que inúmeras forças
querem que eu caia.
Que eu não perca a VONTADE de amar, mesmo sabendo que a pessoa que eu
mais amo, pode não sentir o mesmo sentimento por mim...
Que eu não perca a LUZ e o BRILHO no olhar, mesmo sabendo que muitas
coisas que verei no mundo, escurecerão meus olhos...
Que eu não perca a GARRA, mesmo sabendo que a derrota e a perda são
dois adversários extremamente perigosos.
Que eu não perca a RAZÃO, mesmo sabendo que as tentações da vida são
inúmeras e deliciosas.
Que eu não perca o sentimento de JUSTIÇA, mesmo sabendo que o
prejudicado possa ser eu.
Que eu não perca o meu forte ABRAÇO, mesmo sabendo que um dia meus
braços estarão fracos...
Que eu não perca a BELEZA e a ALEGRIA de ver, mesmo sabendo que muitas
lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma...
Que eu não perca o AMOR por minha família, mesmo sabendo que ela
muitas vezes me exigiria esforços incríveis para manter a sua
harmonia.
Que eu não perca a vontade de doar este enorme AMOR que existe em meu
coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até
rejeitado.
Que eu não perca a vontade de ser GRANDE, mesmo sabendo que o mundo é
pequeno... E acima de tudo...
Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente, que um pequeno
grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e
transformar qualquer coisa, pois.... a vida é construída nos sonhos e
concretizada no amor!"
Amor próprio, esse é o segredo. Que Deus nos abençoe com este amor. Paz.


*Texto de Pr Neil Barreto